
Em um processo seletivo, a entrevista de emprego é importantíssima. É a oportunidade de mostrar que você é o profissional ideal para a vaga; a hora de deixar uma boa imagem; o momento de revelar os pontos positivos que não constam em seu currículo.

Para Cristiano Rosa, diretor headhunter da Kairós RH, o candidato deve preparar-se para a entrevista antes mesmo de sair de casa. Consultar a empresa, acessar o site, pesquisar e conhecê-la é indispensável.
Segundo o especialista em RH, atrasos chamam atenção e faltas viram desrespeito. Muitas pessoas não conseguem se programar. “Chegar no horário é bom, com antecedência é melhor ainda. Há pessoas que agendam entrevistas e não comparecem. Hoje em dia presenciamos muito isso”, avisa o profissional.
Vestir-se de forma adequada é questão de bom senso. Rosa diz que os entrevistadores não julgam a beleza, mas muitos candidatos ainda não aprenderam como se apresentar. Bermudas, decotes, roupas curtas e extravagantes é totalmente errado.
Para ele, mentir ainda é o erro mais cometido. “É necessário ser natural e falar só a verdade. O que está no currículo precisa ter coerência. A mentira, hoje, acontece muito e reprova”, conta.
Insegurança e comportamento

A naturalidade em uma entrevista de emprego é indicada por todos. A psicóloga clínica Maria Angélica Cordio concorda que ser natural é essencial e diz que o candidato deve se preparar para ser verdadeiro acima de tudo. “Se ele for pronto para ser sincero, ele vai seguro. A mentira se relaciona com a insegurança. Pessoas mentem para parecer o que não são. É assim que se foge do natural”, comenta.
Uma postura séria e gestos que não demonstrem nervosismo ajudam muito durante uma entrevista. “Não ser inconveniente nem ter uma conduta infantilizada ou comportamentos invasivos. Não atribuir culpas e não falar mal do emprego anterior. As regras básicas da educação servem em qualquer lugar. A noção de limite é mais que necessária”, aconselha a psicóloga
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Vivendo e aprendendo
Caroline Moura, 25, formada em Relações Internacionais pela ESPM-SP, viu uma grande oportunidade se distanciar. Passou em todas as fases de um processo seletivo, testes e dinâmicas, e chegou a sua tão esperada entrevista de emprego. Elogiada, não imaginava que um comentário poderia virar o jogo.
“Disse para eles que tinha muito interesse na China e que futuramente gostaria de passar uns meses lá”, diz. Sem planos concretos, pensou que a vontade de viajar, a curiosidade em conhecer novas culturas e aprender outro idioma poderia ser visto como algo positivo. No fim, Caroline descobriu que precisavam de alguém que durasse na empresa. “Partiram para a segunda opção de candidato somente pelo fato de eu querer viajar. Isso me fez pensar em coisas que devemos, ou não, dizer nas entrevistas”, comenta.
Alfredo Scalabrini, 51, administrador de empresas, também já sobreviveu a entrevistas e vivenciou histórias inusitadas. Dez anos trabalhando na área financeira, decidiu migrar para o mundo empresarial. Sem experiência nesse universo, Alfredo suou em sua primeira entrevista de emprego, em uma multinacional muito grande, uma empresa de energia.
A pergunta principal foi o porquê ele queria trabalhar ali. “Muito infantilmente, disse que queria trabalhar do outro lado da mesa, experimentar o outro lado da moeda. Foi uma estupidez. Não passei na entrevista, é claro”, desabafa. A espontaneidade pode, certas vezes, prejudicar. Logo depois do ocorrido, Alfredo teve sua empresa. “Virei empresário e comecei a contratar. Virei o entrevistador e ganhei maturidade”, diz.
Thiago Montero (4º semestre de Jornalismo)
Parabéns Thiago pela proposta, achei bastante interessante e abre um bom debate na conduta de como se portar em uma entrevista na busca de uma oportunidade de trabalho.