Calvet Arts, de técnico em eletromecânica a ilustrador de sucesso

Eduardo Fabrício (2º semestre)

Em entrevista exclusiva à ESPM, Juan Calvet, 23, ilustrador e estudante de pintura na UFRJ, que tem mais de 31,5 mil seguidores no Instagram, conta os desafios da sua trajetória, fala sobre uma nova forma de produzir e consumir arte, além da representatividade negra em suas obras.

O carioca revela que sempre soube que seria artista, e relembra que aos três anos já buscava detalhar ao máximo seus desenhos na pré-escola. Ainda na escola, Calvet buscava se aperfeiçoar e ser o melhor. “Disputava comigo mesmo, para ter o status de melhor (desenhista) da turma”.

Segundo ele, tentou seguir outra área e até se formou em técnico em eletromecânica pelo Instituto Federal, porém a falta de emprego o levou a seguir o caminho das ilustrações.

Foto: Reprodução/Instagram @calvet_arts

Obstáculos

Para Calvet, a principal dificuldade da carreira de ilustrador é conseguir adquirir os equipamentos, que no caso dele foram comprados usados em 2013 e permaneceram os mesmos até 2019. Foi quando conseguiu uma parceria com a empresa de mesas digitalizadoras Wacom, que ao ver um post dele no Twitter enviou um equipamento novo, que foi atualizado em 2020, também pela empresa.

Além da falta de equipamentos de qualidade, Calvet diz que o preconceito racial da sociedade brasileira também afeta os artistas negros. “Tem muitos artistas brancos e negros, mas você consegue ver a disparidade, não só na arte, mas na qualidade de vida”. Ele ainda complementa que, “se eu ficar um mês sem trabalho nenhum, eu não consigo pagar minhas contas. Assumo as contas de casa desde os vinte (anos)”.

Foto: Reprodução/Instagram @calvet_arts

“Se tu quer ser bom, se destacar, tem que trabalhar muito, ainda mais se for preto, tem que dar o dobro. É bem elitizado”, ressalta. O ilustrador conta que recebe diversas mensagens de fãs que o tem como inspiração, incentivando seu objetivo, que segundo ele é que os negros não continuem reféns de uma representação artística feita apenas por brancos.

Nova forma de arte

Calvet faz lives na plataforma de streaming Twitch, em que ele permite aos que assistem dar opiniões e sugestões enquanto produz. Ele disse que a ideia surgiu durante o processo de criação de uma arte feita para outro streamer, Casimiro. “Durante o processo da arte do Cazé, que é uma arte cheia de referências, a galera ajudou 50%”, comenta.

Foto: Reprodução/Instagram @calvet_arts

Confira a entrevista completa aqui.

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