Os novos caminhos na carreira de jornalismo

Jornalista Celso Teixeira em palestra na ESPM - Foto: Camila Toniolo
Jornalista Celso Teixeira em palestra na ESPM – Foto: Camila Toniolo

O jornalista e diretor nacional de comunicação da Rede Record, Celso Teixeira, esteve na ESPM para falar com os alunos de jornalismo na Aula Magna do curso. Entre outros assuntos, ele falou sobre o atual momento na carreira de jornalismo, expondo seu posicionamento a respeito da crise que a profissão enfrenta e contando como a Record está se transformando neste momento.

Celso Teixeira se formou em 1984 e teve seu primeiro trabalho na Rádio Gazeta AM. Ele contou que muita coisa mudou desde que iniciou sua carreira, mas o maior impacto foi a chegada do computador, que fez com que ele pensasse que seria demitido e que não conseguiria se adaptar com aquilo. Hoje em dia, ele diz que não sabe como viveu sem essa tecnologia.

Segundo o jornalista, um dos maiores desafios que um profissional da área enfrenta é o fato de que todos são capazes de produzir informação, estando em redes sociais, expondo opiniões, contando acontecimentos. Nesse sentido, o jornalista tem o dever de fazer a intermediação, ser tradutor dos acontecimentos. “Temos que conseguir acessar o cidadão, traduzindo o que é mais importante”, argumenta.

Além disso, ele cita outro grande desafio: produzir conteúdo para diversas plataformas. As pessoas conseguem facilmente se conectar a pelo menos três plataformas ao mesmo tempo, como celular, tablet e computador.

Diante das diversas formas de produzir jornalismo, Celso Teixeira acredita que não é trabalho de jornalista cobrar 25 mil reais, por exemplo, para divulgar algum produto ou realizar algum post na internet. “Eu não reprovo em nada, mas eu não acho legal que você tenha que receber os melhores presentes para se dignar a ler um livro”, opina. Ele reforça o fato de que não tem nada contra, porém acha que isso ultrapassa o limite ético.

A crise

O diretor nacional de comunicação da Rede Record diz que, de fato, o jornalismo vive uma crise, porém analisa que esta será superada. Mesmo assim prevê que o jornalismo impresso não existirá em pouco tempo, já que a internet rouba a cena e são pouquíssimas pessoas que ainda tem contato com jornais impressos.

Celso entende que a internet pode fazer com que essa crise seja superada e cita como as redes sociais têm sido um orgulho para a empresa em que trabalha. “Temos uma página no Facebook que é um grande orgulho. Tem 375 mil seguidores e temos 280 mil seguidores na nossa página de atendimento ao telespectador”.

Quando questionado sobre como a Rede Record enfrenta essa crise, o jornalista ressalta que a empresa se antecipou ao momento em que está o jornalismo. Conta que houve demissões, mas que conseguiram outra maneira de criar empregos, através de empresas terceirizadas, produtoras que fazem novelas e programas como A Fazenda, Cake Boss e o Programa da Xuxa. “Isso é um desafio, pois continuamos produzindo conteúdo, produzindo cultura e oferecendo empregos de uma forma diferente”.

Celso Teixeira finaliza alertando que o jornalista deve se reinventar para conquistar novos caminhos no mercado de trabalho, assim como ele se reinventou ao deixar a carreira de repórter para se dedicar à área de comunicação corporativa da Rede Record.

Camila Toniolo (2º semestre de Jornalismo)

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