Criado por dois universitários de Stanford, na Califórnia, em maio de 2011, o Snapchat tem atraído especialmente jovens e adolescentes. Por ser uma plataforma prática, ele diminui a inibição dos usuários e estabelece uma relação direta com o público. Essa tecnologia impacta novas gerações com relevância e vem entrando em uma nova esfera: o jornalismo.
Tudo começou quando o site americano The Verge resolveu abrir uma conta no Snapchat e analisar a disseminação de suas notícias. O resultado surpreendeu com mais 10.000 visualizações em cada snap publicado. A rede social, então, lançou uma seção chamada de “Discovery”, onde jornais e revistas, como a CNN, MTV, Cosmopolitan e Daily Mail têm um espaço totalmente pertencente às suas marcas editoriais. Eles publicam conteúdos informativos e de entretenimento a cada 24 horas, seja através de vídeos, fotografias, infografias ou artigos. Essa leveza e rapidez facilita a transmissão da informação e cativa o público.
As mídias brasileiras não ficaram de fora. Isabel Junqueira, jornalista correspondente da Vogue Brasil em Paris e adepta ao Snapchat comenta: “Os jornalistas das novas gerações têm que ter uma versatilidade e abertura para as redes sociais, como o Snapchat, e saber usá-las para transmitir informação e conteúdo”.
A Capricho, revista adolescente, compartilha, principalmente, os bastidores da rotina da redação. “Lá nós conseguimos dar um rosto para a marca. Algo que funciona muito bem para nós, é deixar algum famoso ´invadir´ nosso Snap”, conta Cleber Assunção, social media da revista. Ele aposta que o Snapchat será a maior rede social em algum tempo. Não só com entretenimento, mas dando notícias e fazendo coberturas de eventos. “É um ótimo canal para conteúdo quente, basta encontrar o formato certo”, complementa.
Para terminar, Cleber brinca ao dizer que o sucesso do Snapchat se deve ao fato de que os usuários não conseguem fazer comentários nos posts.“É uma rede social totalmente voltada para o humor. Inclusive os filtros colaboram para isso. Uma plataforma onde não há feedback negativo, não existem haters”, comenta.
A revista Glamour também entrou para o time e compartilha, segundo sua editora online, Cáren Nakashima, “coisas que brilham o nosso olho na hora, no calor da emoção, participação em eventos, coberturas rápidas”. Ela acredita que as pessoas aderem ao Snapchat pela espontaneidade, mas aconselha: “Temos que tentar curar o que mostramos de produtos e serviços e também ter muito cuidado com a veracidade da informação.”
O jornalismo tem a necessidade de se moldar às novas tecnologias da informação. Os conteúdos são didáticos, apelativos e informativos. Três características que se juntam à interatividade, dinamicidade e ao real time, fundamentais para cativar a atenção de um público mais jovem. Além disso, o fato de ser uma rede social fugaz, onde o conteúdo publicado desaparece depois de 24h, faz com que as pessoas estejam sempre conectadas para não perder nenhuma novidade.
“Os recursos audiovisuais e a possibilidade da interatividade são o que tem de mais legal nessa rede”, opina Claudia Bredarioli, professora da oficina de Mídias Sociais da Agência de Jornalismo da ESPM-SP.
Na contramão do senso comum, essa união pode mostrar que as mídias tradicionais podem também dinamizar sua maneira de atuar na era digital, tornando as interações muito mais autênticas. Se o Snapchat será o jornalismo do futuro, ainda não sabemos. Mas ele é uma das plataformas midiáticas do presente.
Júlia Ciriaco (3º semestre de Jornalismo)
Boa tarde,
Estou desenvolvendo meu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o Snapchat no Jornalismo
Gostaria de entrar em contato para bater um papo com Julia sobre o assunto. Talvez ela possa contribuir com meu estudo,
Aguardo resposta, desde já, obrigado.
Oi Edilson, tudo bem? Adoraria ajudar. Me mande um e-mail: julia.ciriaco@outlook.com
Beijos!